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sábado, 28 de dezembro de 2013

Momentos 2013: Breaking Bad - Ozymandias

15 de setembro de 2013







E já que mencionei a fantasia de Walter White no Boi Tolo, não dá para deixar de registrar um dos marcos da televisão e das artes em 2013. Não vou fazer aqui um resumo do episódio ou da série, pois a internet está cheio de resumos assim que são muito melhores do que eu conseguiria fazer. Me permito contar como comecei a ver a série e, se você ainda não assistiu Breaking Bad e pretende fazê-lo tendo o mínimo de surpresas preservadas, aquilo que é chamado de spoilers quando são reveladas, é claro que já deveria ter parado de ler isto aqui.




Comecei a assistir Breaking Bad ano passado com o mínimo de expectativa possível e torcendo para não ter mais um vícios em séries, uma vez que sou ex-dependente desse tipo de entorpecente (não, não estou falando de Blue Meth; é de séries mesmo que já fui viciado).




Então assisti o último episódio da quarta temporada, chamado Face Off e... CACETE O QUE QUE FOI QUE ACONTECEU??!! Mesmo não entendendo algumas das cenas, foi bem impactante tudo que foi apresentado. Então resolvi ver o episódio piloto da série para tentar entender um pouco da série, cuja premissa vocês já sabem: professor-de-química-loser-descobre-que-tem-câncer-e-vira-traficante-para-deixar-dinheiro-pra-família.




Ao final do episódio, novas interjeições de espanto e uma verdadeira maratona em duas semanas para descobrir o que aconteceu entre o primeiro episódio e Face Off. Acho que foi bom o jeito que assisti, porque desde o começo, ao ver Gustavo Fring caminhando sem metade do rosto, tinha certeza que a série não se permitia a ser uma história completamente realista: ao longo de Breaking bad há várias "concessões" aos fatos e à própria ciência sempre tão elogiadas por alguns dos personagens da série. Não é de se surpreender que uma das séries favoritas de Vince Gilligan, criador da série, seja Além da Imaginação.




Esses toques meio surreais são um ponto interessante da série, mas o que prende mesmo são as reviravoltas e decisões inusitadas dos personagens, e os personagens. Ou melhor, os atores que fazem os personagens. A construção das personalidades e sentimentos de cada um deles, com seus códigos de conduta, ética e honra (ou da falta de tudo isso), as tensões levadas para além da imagin... digo, do limite, a profundidade que foram adquirindo ao longo dos anos.




Tudo isso para culminar em Ozymandias. O nome veio de um poema que trata do desmantelamento de um império, que é exatamente o que acontece com o protagonista Walter White/Heisenberg. E cada cena do episódio vai mostrando isso de forma impecável, destruindo quase tudo aquilo que vimos acontecer em cinco temporadas.




Graças às maravilhas da internet, pude assistir esse e vários dos episódios derradeiros da série ao mesmo tempo em que ele passava nos Estados Unidos. A sensação de estar assistindo História sendo feita foi imediata (além de várias vezes me levantar e gritar CACETE O QUE FOI QUE ACONTECEU?!?!), e nas horas seguintes descobri que não era exagero de minha parte, com críticos de televisão e fãs dando pontuação máxima em qualquer lugar que usa qualquer sistema de pontuação para séries de TV e matérias que corroboravam a minha impressão. O próprio criador da série acha que este foi o melhor episódio da série.




Ozymandias não é o último episódio de Breaking Bad. É o antepenúltimo, na verdade. Mas sinto como se os dois episódios seguintes, por melhores que fossem, não passassem de epílogos. Uma forma de terminar a história de Walter White, até mesmo para ninguém reclamar que o final deixou perguntas sem respostas ou com respostas em aberto.




Mas, para mim, tudo que realmente precisava ser dito em Breaking Bad estava dito em Ozymandias, que em pouco menos de uma hora consolida e, hum... cristaliza que a produção de séries televisivas criou um novo paradigma a ser seguido com Breaking Bad e um novo ápice a ser alcançado com Ozymandias.


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