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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Arto Lindsay: ruídos e natureza no Festival Multiplicidade (Parque Lage - 07/12/2013)





Dizia eu sobre como o Rio está respirando o experimentalismo nesses dias finais de 2013, ao comentar sobre o show do São Paulo Underground na sexta feira, dentro do Festival Novas Frequências, no Oi Futuro Ipanema. Outro festival abrigado pelo Oi Futuro, mas do Flamengo, e que também prima pelo experimentalismo, no campo audiovisual, saiu da Rua Dois de Dezembro para uma edição especial no Parque Lage, no bairro do Jardim Botânico, com diversas atrações. É o Multiplicidade, conforme anunciamos aqui.









Uma atração permanente no Parque Lage é o próprio parque, ainda mais em dia de festa, com iluminação, movimentação, pessoas falando em diversos idiomas, um prazer pela visita em si, antes de mais nada. Mais tarde, a Escola de Artes Visuais ficaria um pouco mais difícil de ingressar, com uma grande fila se formando para conferir o que rolava lá dentro, entre outras coisas uma projeção no terraço, que também tinha sua própria longa fila.









Mais cedo, porém, pontualmente às 19:00, começava do lado de fora uma experiência sonora que consistia em dois cases alinhados, cheios de pedais e outros objetos eletrônicos, alterados por dois sujeitos, (creio que) Barry Cullen e Cristiano Rosa, que no dia anterior fizeram um workshop sobre circuit bending, que seria justamente a alteração eletrônica desses equipamentos.



À frente deles estava Arto Lindsay com sua guitarra já costumeiramente alterada em afinações & distorções, e todos os instrumentos estavam ligados por cabos entre si e esses cabos ligados a várias caixas de som espalhadas pelo local, o que, logo veríamos, criava novas dimensões para os sons produzidos.




Arto Lindsay canta de seu modo peculiar e gentil (se uma voz pode ser chamada de "gentil" é a de Arto Lindsay, parece cantar quase pedindo "por favor") canções de jazz e de música brasileira, indo de Chet Baker a Zeca Pagodinho, passando por Daniela Mercury. Já a guitarra se contrapõe de forma esperneante e desesperada, característica desde os tempos da no wave novaiorquina, mas também percussiva e é com os esporros alucinados da guitarra que os artistas do circuit bending trabalham em cima, reproduzindo e alterando de diversas formas trechos dos esporros das cordas, aproximando e distanciando os sons de forma não-sistemática e imprevisível.









A experiência não poderia ter a beleza que teve sem a natureza, "encarregada" desta vez da parte visual em um festival que prima por trabalhar com sons & imagens. A floresta atrás de Arto e a natureza humana. As famílias sentadas ao longo do espaço da apresentação, as crianças passando pra lá e pra cá e, mais que tudo, a criança que ainda está aprendendo a andar e de repente ficou parada observando o guitarrista americano cantando "O Mais Belo dos Belos", um dos mais belos dos belos momentos de 2013.





Quer entender melhor do que estou falando? Gravei quatro vídeos do show que você vê clicando aqui ou aí embaixo:










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